O "gigante" está dormindo ou o imediatismo brasileiro o mantém invisível?

É comum vermos algumas pessoas usarem a expressão "o gigante voltou a dormir" sempre que lê, assisti ou ouvi alguma notícia sobre a política nacional que não lhe agrada. Eis o ponto a ser discutido.

Desde as manifestações de junho de 2013, tenho visto uma certa mudança, ainda tímida, de foco da população, referente as questões políticas do país. Até a data referida pouco se falava nisso, as redes sociais propagavam mensagens de auto-ajuda, amizade, amor, e lá uma vez que outra via-se alguma postagem de críticas aos políticos e ao governo, como questões de salários, regalias, alguns casos de impunidade, enfim, esses tipos de postagens não dominavam tanto os feeds de noticias como os exemplos mencionados anteriormente neste parágrafo. 

Após a data mencionada a cima algumas coisas parecem ter mudado, como a atenção dada pela maioria das pessoas as decisões que são tomadas e debatidas em Brasília e, principalmente, elas tem ficado ainda mais atentas aos desvios e malfeitos praticados pelos homens públicos, que dizem representar o povo. Percebi, que muitos começaram a usar suas redes sociais para expor suas opiniões sobre o que pensa a respeito de alguns temas, fatos, notícias, mesmo que algumas vezes de forma induzida ou equivocada, mas, podemos notar que os acontecimentos de 2013 não foram fatos isolados e sem efeito sobre as pessoas, pelo contrario, serviram como um sinal de alerta para uma sociedade que até então vinha sendo conivente com uma realidade que a muito os incomodavam, mas, até então preferiam deixar como estava.

Após as eleições presidenciais e do congresso nacional no ano passado muito se ouviu a frase mencionada no início deste texto. Porém, percebe-se que o fato de estarem manifestando seu descontentamento com o resultado do pleito e terem ao longo do período eleitoral participado de forma indireta na campanha de seus candidatos, nos mostra o quanto as pessoas passaram a se interessar mais pela política, algo que, talvez, a muito não se via.

Muitos certamente pensaram, "ah, mas com o passar das eleições tudo volta ao normal e o 'gigante, dorme novamente'". Não é o que estamos vendo, mesmo com o findar das eleições as pessoas continuam antenadas no mundo político, infelizmente, vendo-o como um jogo de futebol, onde qualquer fato ou notícia que possa ser usada contra os vencedores é amplamente divulgada nas redes. O que também não é de se estranhar, pois, fomos doutrinados a ter o mundo futebolístico como o único tema de relevância nacional, sendo assim, as pessoas passaram a levar a rivalidade que aprenderam a criar no futebol para a política e assim temos um gigante que mesmo acordado, continua com as mesmas distorções de conceitos e relevância ou uma massa que mesmo estando mais atenta ao que acontece em seu pais, continua ouvindo as vozes de sempre, lhe dizendo para não se interessar, falar ou discutir sobre política.

Será mesmo que o gigante não acordou ou nós que não aprendemos a enxerga-lo? Após as ultimas manifestações dos dia 13 e 15 de março deste ano(2015) percebe-se que sim, ele acordou. Um tanto confuso, sem saber bem o que quer, assim como em 2013, talvez um pouco cego e surdo por ao invés de lutar por um aperfeiçoamento da democracia e seu sistema político se deixou levar por um discurso contraditório, muitas vezes, carregado de ódio, intolerância, entre outros. Antes que pensem ou digam que estou inferiorizando uma manifestação que levou um pouco mais de um milhão e meio de pessoas as ruas, claro que não, sei que muitos ali tinham suas convicções, buscavam realmente dar um recado ao governo, mas, infelizmente, acabaram sendo massa de manobra de movimentos anti-democráticos, como os que pediam por intervenção militar.

Por fim, percebemos que a população, de modo geral, vem aos poucos mudando sua atenção para assuntos que realmente são prioridades e que vão trazer resultados no seu dia-a-dia. Mas cabe a reflexão de que essas mudanças não ocorreram do dia para a noite. O "gigante" está acordado, porem, aos poucos vem dando seus sinais de existência, e cabe a nós saber enxerga-lo e tentar mostrar a ele o caminho para a mudança significativa e real de nosso país. Não atribua uma questão tão complexa a desilusões que você possa ter, motivado por algum fato ou notícia que não lhe agradou.


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até a próxima :)

O pensamento provinciano das cidades do interior e seus habitantes

   Em tempos onde vimos a tecnologia se aperfeiçoar e interligar regiões que antes pouco conhecíamos, torna-se um tanto quanto estranha a frase do título. Pois é, mas, por incrível que pareça a tecnologia, mais especificamente a internet, tem evidenciado e potencializado o desinteresse dos interioranos com com suas realidades, costumes, tradições e crenças.

   Passamos a admirar e endeusar cada vez mais as ditas metrópoles por conta do que vimos na internet, através de fotos, videos, artigos, etc. Lógico que as metrópoles tem seus atrativos como mais opções de lazer, entretenimento, diversão, entre outras. Mas, nem tudo são flores, sempre tem o outro lado, questões como criminalidade, variação na oferta de emprego, custo de vida maior, enfim. 

  Com o avançar da internet, principalmente com a velocidade de comunicação da província com a metrópole, digo, da cidade com os grandes centros, passamos a nos importar mais com o que acontece nas grandes cidades do que nas cidades do interior.

  Porém, não podemos ver a internet como a unica vilã nessa história, pois, parte desta culpa esta em nossos governantes municipais e regionais que em uma busca, muitas vezes, cega e desenfreada do desenvolvimento econômico de suas pequenas cidades acabam por estrutura-la em prol de suas indústrias e comércios, ou seja, buscam o crescimento de suas cidades beneficiando indiretamente os patrões.

  E os trabalhadores destas fábricas e lojas não merecem um poder público que pense neles também? Que tenha políticas públicas que vise a vida social dos demais munícipes? A resposta é simples, sim, mas, como diz o ditado aquele "quem pode mais, chora menos". Os patrões podem viajar para as metrópoles e usufruir do desenvolvimento que esta alcançou ao longo dos anos, podem frequentar os teatros, museus, cinemas, grandes shoppings. Enquanto seus empregados e demais conterrâneos ficam desprezando e reclamando de sua cidade.

  Mas por quê tocar nesse ponto? Simples, a imposição da informação somado a falta de visão e planejamento de nossos administradores públicos acabam impulsionando esse sentimento provinciano dos moradores de cidades pequenas que por terem pouca ou quase nem uma opção de lazer, entretenimento e diversão passam a menosprezar a cidade ou região onde reside.

   O objetivo deste texto não é fazer com que os moradores de pequenas cidades passem a renegar as informações dos grandes centros e cidades, mas, que reflitam sobre essa questão da forma como, muitas vezes, as mídias da metrópole impõe suas informações sobre os provincianos. Como se o único lugar bom que existisse seja lá. Podemos ter pouca ou quase nem uma alternativa de lazer como uma grande cidade, porém, temos algo que eles, muitas vezes, não possuem mais, que é as belezas naturais, costumes, crenças, que só o interior ainda possuem. Será que não podemos começar a usar os meios que temos para mostrar a metrópole nossas belezas? nossas cidades tranquilas, mostrar que também possuímos mazelas políticas?
  Enfim, no fundo isso gera uma situação cômica, irônica e uma certa inveja mútua entre metrópole e província. Pois, a metrópole tenta ser uma cidade tranquila, muitas vezes impossível devido a criminalidade,  como a provincia. Enquanto a província busca ser uma grande cidade desenvolvida, esgotando suas reservas e belezas naturais como a metrópole fez em nome do tao sonhado desenvolvimento que a província busca.

O ódio brasileiro esta preste a crucificar o amor, guiado por interesse político

Certa noite durante uma aula da faculdade um professor nos apresentou a música de Raul Seixas chamada "Eu nasci a dez mil anos atrás", nos dizendo que tal música era uma mini aula de história, ficamos curiosos, e parte por parte ele foi nos "desvendando" a letra e ao final ficamos espantados como realmente a letra abordava, de forma simples, cada período da história.
Bem, vamos lá, o comportamento das pessoas nesses últimos dias, ou parte delas, me fez lembrar do fato narrado logo acima, mais especificamente a primeira frase da música referida onde diz "Eu vi Cristo ser crucificado.O amor nascer e ser assassinado", bacana né? uma pequena frase já nos remete a passagem histórica conhecida como paixão de Cristo.
Mas o que esta pequena frase diz sobre o atual momento? Muita coisa. Estamos presenciando uma crescente e, talvez, incontrolável onda de ódio que se espalha pelo país motivada, inicialmente, por questões politicas mal resolvidas ou ainda inaceitáveis por algumas pessoas. As rivalidades politicas que antes se limitavam ao período das eleições, agora, ganham amplitudes nacionais, impulsionadas por más administrações, sejam elas municipais, estaduais ou até mesmo federais. As insatisfações locais ou regionais com o poder público executivo se somaram com os resultados do pleito nacional, iniciando um sentimento de revolta e até mesmo raiva. Quando tais sentimentos encontram um terreno fértil e amplo, como a internet, basta que alguém aponte um caminho ou culpado, para se criar o ódio, a desconfiança, o preconceito, a intolerância, entre outros.
Em um ambiente tão hostil como o que vivemos atualmente qualquer um que se posicione diferentemente da maioria acaba se tornando um alvo, as pessoas desferem todo tipo de ofensas e ataques sem ao menos tentar compreender o porque da pessoa pensar daquela forma. O que acaba tornando-os fascistas sem saberem, pois, repelem qualquer tipo de pensamento pró-governo, progressistas ou de esquerda, este ultimo, é o mais combatido, pois, limitam esquerda a ideologias como socialismo e comunismo, ai partem para discussões e a ataques que não acabam mais. Mas acredito que o pior disto tudo são os oportunistas que souberam "domesticar" o ódio generalizado, para seus interesses, pessoas que até pouco tempo pouco se ouvia falar agora são admirados e, infelizmente em alguns casos, idolatrados, criando legiões de mentes vazias e manipuladas que podem ser capazes de qualquer coisa, basta seus "líderes" darem a ordem.
Diante deste cenário, fico pensando no caos que poderia se tornar nossa realidade se as pessoas carregassem armas consigo, como muitos desejam, pessoas carregadas de ódio tirando a vida de outras porque elas não pensam semelhante. Exagero? talvez, mas uma pessoa com uma arma na mão e ódio na mente pode cometer grandes tragédias, como já testemunhamos, pasmos, alguns casos recentes.
O que podemos fazer é esperar, torcer e esperar, que o amor que Cristo deixou para que fosse espalhado entre as pessoas não seja novamente assassinado, pois, aos poucos ele esta sendo crucificado, e o pior, por aqueles que dizem seguir seus ensinamentos.

Como diria Lulu Santos: "Eu vejo a vida melhor no futuro. Eu vejo a vida por cima de um muro, de hipocrisia..."

Obrigado pelo tempo que dedicou a esta leitura, espero que tenha gostado e que volte outras vezes :)
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