Nos últimos dias, uma verdadeira bomba explodiu no mundo da internet. Um ex-agente da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, revelou que o país monitora tudo o que eu, você ou praticamente qualquer outra pessoa faz na internet. Chamado de PRISM, o projeto contaria com a colaboração de empresas de telefonia e também de algumas das maiores companhias digitais do mundo, como Facebook, Microsoft, Apple e Google.
Os segredos foram trazidos à tona por Edward Snowden, um engenheiro e administrador de redes que trabalhava no órgão governamental. Snowden denunciou as práticas de espionagem em uma entrevista porque, segundo ele, “quem deve decidir se os governos devem – ou não – investigar o que as pessoas comuns fazem na internet são os próprios cidadãos.”
O fato é que o assunto pode ter despertado a atenção do mundo para uma prática cujas ações já vêm sendo especuladas há muito tempo. Agora, contudo, as denúncias trazem uma espécie de “choque de realidade”, mostrando que sim, podemos estar sendo monitorados em quase tudo o que fazemos na rede mundial de computadores. Esmiuçamos o assunto para tentar explicar para você tudo o que envolve o PRISM e a sua privacidade navegando na internet. Confira.
Quem é a NSA?
Já que toda a polêmica envolve um órgão do governo norte-americano, vale a pena conhecer um pouco mais sobre a instituição. Chamada de National Security Agency e muito mais conhecida pela sigla NSA, a agência cuida de assuntos de inteligência, ou seja, espionagem.
O órgão foi criado alguns anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, contudo, desde o final da Guerra Fria a sua atuação vinha enfraquecendo – algo que mudou com os atentados em 11 de setembro de 2001. O acontecimento despertou o país para um monitoramento mais ferrenho de atividades com potencial terrorista, algo que deu novo fôlego aos seus projetos. Hoje eles contam com mais de 37 mil funcionários civis e militares, além de investimentos bilionários em um novo e gigantesco quartel-general –
assunto abordado por nós nesse infográfico.
Houve também uma suposta mudança de foco. Agora, a agência deveria investigar somente acontecimentos dentro de territórios estadunidenses, voltando as suas atenções para os cidadãos do paí – algo que é contradito pelas denúncias.
Para quem você andou telefonando?
A revelação do programa criado pela NSA tem sido chamada por algumas publicações dos Estados Unidos como “a ponta do iceberg”. Isso porque, um dia antes de o PRISM ser divulgado, o jornal
The Guardian teve acesso a um documento comprovando uma ordem governamental obrigando a operadora Verizon a entregar cópias de dados completos sobre as ligações via celular entre os meses de abril a julho de 2013.
Esses relatórios englobam a identificação completa de quem faz e recebe as chamadas telefônicas, a duração, a data e até mesmo o local das pessoas envolvidas, definido graças às ferramentas de geolocalização das antenas de telefonia móvel. O The Verge destaca
nessa matéria outro detalhe importante do processo: o fato de que a Verizon jamais poderia reconhecer a existência de tais transferências de dados.
Isso, no entanto, não seria algo restrito à operadora. Diversas outras prestadoras dos Estados Unidos também estariam repassando esses “metadados”, como AT&T e Sprint. O
Wall Street Journal afirma que a agência vem coletando as informações de todas as ligações telefônicas feitas nos Estados Unidos nos últimos sete anos.
Além disso, o jornal chegou a destacar que, além das telefônicas, companhias de cartões de crédito também estariam tendo que ceder informações à NSA. E tudo isso foi revelado dias antes de o PRISM chocar pessoas do mundo todo.
PRISM: de olho em tudo o que você faz na internet
Trocando em miúdos, o PRISM seria um programa de vigilância constante e em tempo real realizado pela NSA, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, e que estaria monitorando ligações telefônicas, atividades realizadas com cartões de crédito e tudo o que fazemos na internet, seja o envio de emails, conversas por meio do Facebook ou a simples navegação aleatória por sites de notícias, por exemplo.
A primeira denúncia foi feita pelo jornal Washington Post, na quinta-feira passada. Um repórter da publicação conversou e recebeu slides e informações de um ex-agente da NSA chamado Edward Snowden, que, como dito acima, não concorda com a atuação do governo e a forma como esse monitoramento é feito.
A denúncia de Snowden diz que a NSA teria acesso direto e irrestrito às informações de nove dos principais sites e portais dos Estados Unidos. Slides entregues pelo ex-agente mostrariam diversas empresas como Yahoo!, Google, Microsoft, Facebook, PalTalk, YouTube, Skype, AOL e Apple como “colaboradores”.
Além disso, as imagens também mostram o que estaria sendo entregue pelas companhias – e o volume de dados deve ser enorme. Praticamente todas as informações trocadas na internet, como emails, vídeos, fotos, históricos de navegação, enfim, tudo o que fazemos na rede estaria também nas mãos da NSA.
A sequência de slides mostra, ainda, uma linha do tempo, ilustrando quando cada companhia passou a colaborar com o programa. Tudo teria começado com a Microsoft, em setembro de 2007, e evoluído até os dias de hoje. A última gigante a aderir ao PRISM teria sido a Apple, em outubro de 2012. Até mesmo os custos do programa, cerca de 20 milhões de dólares, são citados nas imagens.
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